Igreja

RS celebra Corpus Christi com procissões motorizadas e muita solidariedade

Mais uma vez, a grande marca da Celebração de Corpus Christi em todo o Rio Grande do Sul foi a fé expressa na solidaridade e no cuidado com a vida. Em diversos lugares do Estado, foram realizadas arrecadações de alimentos, produtos de higiene e agasalhos, como forma de apoiar os que mais necessitam neste momento e de fortalecer as redes de solidariedade formadas em cada local.

Também chamaram atenção as alternativas encontradas para que o Santíssimo chegasse mais perto do povo, sem que houvessem aglomerações e respeitando o distanciamento social e os cuidados necessários por causa da pandemia. Em Montenegro, por exemplo, Dom Carlos Romulo percorreu a cidade em carro aberto, conduzindo o Santíssimo a todos os bairros do município.

Confira a seguir o relato de ações em Passo Fundo, Erexim, Santa Maria e Santa Cruz do Sul.

Passo Fundo

Em Passo Fundo, a Paróquia São Vicente de Paulo recebeu 2.300kg de alimentos em doação durante a celebração Corpus Christi. Um dos destaques foi o recebimento de uma doação das famílias assentadas em comunidades da paróquia. Com o objetivo de ajudar as pessoas como foram ajudados em seu momento de maior necessidade, os assentados doaram cerca de 2.300kg de alimentos que foram cultivados em sua própria terra, livre de venenos e agrotóxicos.

“Foi uma celebração eucarística da partilha, o Senhor nos ensinou e estamos agora socorrendo o Cristo crucificado, o corpo de Deus sofrido, através dos irmãos que passam necessidade”, explicou o pároco da Paróquia São Vicente de Paulo, Pe. Arnildo Fritzen.

Erexim

Na Diocese vizinha, em Erexim, as 7 paróquias e o Santuário N. Sra. de Fátima celebraram missa pela manhã e algumas também no final do dia, com momentos de adoração eucarística. Às 15h houve missa na Catedral São José, presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Adimir Antonio Mazali. Após a missa, Dom Adimir conduziu o Santíssimo num carro aberto, seguido de muitas conduções até o Santuário N. Sra. de Fátima, onde deu a bênção final. Por mais de meia hora, os carros iam passando pelo monumento e recebiam a bênção de diversos ministros.

Em todas as celebrações, houve coleta de alimentos e produtos de higiene e limpeza, que a Cáritas repassará a entidades e a famílias necessitadas, dentro da campanha lançada pelos bispos no dia primeiro de maio, “Dai pão a quem tem fome”.

Santa Maria

Na Arquidiocese de Santa Maria, Dom Hélio Adelar Rubert, sobrevoou a cidade levando bênçãos ao céus do coração do Rio Grande. Em uma aeronave da Ala 4 da Base Aérea de Santa Maria, a tradicional procissão de Corpus Christi teve um novo significado em função da pandemia. Dom Hélio esteve acompanhado do capelão da Guarnição de Aeronáutica de Santa Maria, Marcelo Rosa Ramos. O voo decolou às 13h35min e percorreu as paróquias da cidade, que corresponderam com os sinos badalando e fiéis aplaudindo a iniciativa.

Santa Cruz do Sul

Na impossibilidade de fazer grandes tapetes e procissões, as paróquias da Diocese de Santa Cruz do Sul abraçaram a proposta dos bispos do Rio Grande do Sul e trocaram os tapetes por doação de gêneros alimentícios, materiais de higiene e roupas. Tudo foi feito com espírito de fé, cientes de que “o mesmo Cristo que está no pão da Eucaristia também está no irmão necessitado”. Por isso, neste tempo de pandemia, quando tantas famílias passam fome e frio, nada mais justo do que “dar de comer a quem tem fome e vestir os que estão nus”.

Todas as paróquias, a seu modo, se organizaram para dar este caráter à solenidade de Corpus Christi. Na catedral São João Batista e em muitas outras igrejas, os tapetes não foram totalmente deixados de lado, mas foram bem mais modestos. Em compensação, foram muitas as pessoas que levaram suas doações para as igrejas e, por isso, saíram felizes e abençoadas. Na missa que o bispo, Dom Aloísio Dilli, presidiu na Catedral, ele ressaltou a beleza dos dois tipos de tapetes: o tapete artisticamente feito no corredor central da Igreja e o lindo tapete postado na frente do altar lateral, feito com a colaboração das pessoas que trouxeram um quilo de alimentos para os pobres.

Em Candelária, grupos de voluntários bateram de casa em casa convidando as pessoas a colaborarem no Mutirão pela Vida de quem tem fome. O resultado foi um maravilhoso conjunto de alimentos que ornamentaram o corredor central da Igreja.

 

Fonte: CNBB Sul 3