Onde a Igreja se fundamenta para propor a celebração de um ano jubilar?

No caminho para a celebração do Ano Jubilar de 2025, logo nos vem a seguinte pergunta: Onde a Igreja se fundamenta para propor a celebração de um ano jubilar? A resposta nos vem de fundamentos bíblicos e de uma longa tradição que marca a história da Igreja.

Começamos hoje pelos fundamentos bíblicos a partir da história de Israel, portanto hoje vamos olhar a partir do Antigo Testamento.

 A história de Israel tem como fundamento a experiência de ser conduzido por Deus, da terra da escravidão no Egito, para a Terra Prometida, a ‘terra que corre leite e mel’. Este é o evento fundante ao qual Israel sempre retorna para encontrar sentido e direção na sua missão de povo escolhido.

Não obstante a esta vocação inicial e fundamental, Israel, através de seus reis e pastores e do próprio povo, sempre experimentou também a tentação de imitar os outros povos, relativizando sua relação singular com o Senhor. No contexto de voltar às fontes e de reconhecer o Senhor como Aquele que conduz o seu povo, é que encontramos no livro do Levítico capítulo vinte e cinco, toda uma orientação para a celebração de um ano jubilar.  Começa com a orientação para um ano sabático, que deveria ser celebrado a cada sete anos: “Mas o sétimo será um ano sabático, repouso completo para a terra, um sábado em honra do Senhor” (Lv 25,4). A partir desta experiência do ano sabático, também aparece o ano jubilar: “Contará sete semanas de anos, sete vezes sete anos, as sete semanas de anos somarão quarenta e nove anos. Então, no dia dez do sétimo mês fará soar o chofar” (Lv 25 ,8-9). Este será então o ano jubilar: “Declarareis santo o quinquagésimo ano pela terra, proclamando a remissão de todos os seus habitantes. Será para vós um Jubileu” (Lv 25,10).

No capítulo vinte e cinco do Levítico, encontramos as prescrições que orientam um ano jubilar.  mas todo o pentateuco é como o retrovisor no qual Israel lê a sua história, em perspectiva de uma constante renovação, que significa voltar ao Senhor.  Portanto celebrar o Jubileu é voltar às fontes, é voltar ao Senhor que nos dá a vida e que nos liberta de toda escravidão. Voltar ao Senhor que a nossa Esperança.

Como indicação para mergulharmos nesta experiência jubilar, a partir do Antigo Testamento, sugiro a leitura do capítulo vinte e cinco do Livro do Levítico, e o capítulo trinta e sete do profeta Ezequiel. As prescrições estão em vista da vida plena, como nos anuncia o Profeta Ezequiel.

Deus vos abençoe! “A esperança não decepciona!” (Rm 5,5).

+Dom Carlos Romulo – Bispo Diocesano.

 

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