Em Cristo, encontramos a raiz do jubileu cristão

Se aproxima a abertura do Ano Santo em nossa Diocese. Todos estão convidados para a nossa primeira peregrinação e abertura do Ano Jubilar. Será no dia 29 de dezembro de 2024. Vamos nos concentrar no Seminário Propedêutico São Paulo Apóstolo, onde iniciaremos os primeiros ritos. Depois, vamos caminhar até à Catedral São João Batista, onde vamos realizar o rito da aspersão batismal e celebrar a Eucaristia.

Na última partilha, conversamos sobre os fundamentos do Jubileu no Antigo Testamento. Qual é o fundamento e o sentido do Jubileu no Novo Testamento? O fundamento e o sentido é o próprio Jesus. Contemplamos Jesus na sinagoga de Nazaré, lendo o profeta Isaías. Ali está o enviado do Pai para inaugurar o Jubileu perfeito. Jesus abre o rolo da palavra e lê a passagem do profeta Isaías, que Ele mesmo cumprirá com Sua vida: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu, para anunciar a Boa-Nova aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano aceito da parte do Senhor.

Em Cristo, encontramos a raiz do jubileu cristão. Este ano aceito da parte do Senhor tem quatro gestos fundamentais. O primeiro é “evangelizar os pobres” e isto se realiza através do ministério de Cristo. As páginas do Evangelho nos fazem contemplar como que o Reino de Deus se realiza em cada encontro. O segundo é a libertação aos presos, que já está presente no jubileu do Antigo Testamento, mas aqui se personaliza como um julgamento final: “Eu estava na prisão e vocês vieram me visitar” (Mt 25,36). O terceiro é a visão aos cegos. Na sua missão, são muitos os sinais de cura aos cegos, que revela a vinda do Messias. É uma cura física, mas é também uma iluminação: “O povo que andava na escuridão viu uma grande luz, para os que habitavam as sombras da morte uma luz resplandeceu” (Is 9,1). E por último, a libertação da opressão, que já está presente no jubileu judaico, mas aqui inclui todos os males e sofrimentos que oprimem o corpo e o espírito. O jubileu cristão, com os olhos fixos em Cristo, é como um trabalho artístico composto de quatro obras distintas.

Vamos experimentar e vivenciar o jubileu cristão na certeza de que “a esperança não decepciona” (Rm 5,5).

Dom Carlos Romulo – Bispo Diocesano.

 

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