Jubileu de Catequistas reúne cerca de mil pessoas
Encontro foi realizado na cidade de Portão neste domingo, 30/03
A cidade de Portão amanheceu diferente no domingo, 30/03, com uma intensa movimentação em torno do Centro de Eventos Lothar Kern. Eram catequistas da Diocese de Montenegro que chegavam para viver um dia de formação, celebração e peregrinação, compondo mais uma atividade do ano jubilar. Desde a abertura do Ano do Santo, em 29 de dezembro do ano passado na Catedral, a Diocese prepara diversas atividades para que todos os segmentos da comunidade possam viver a experiência do Jubileu 2025. A primeira delas foi destinada ao clero, ocorrido em 6 de março, em Roca Sales, uma das cidades da região mais atingidas pelas enchentes de maio. O próximo será o Jubileu dos Ministérios Litúrgicos, em 16 de abril, na Catedral.
As amigas Sirlei Schon e Norma Lúcia Flach, catequistas na Paróquia São João Nepomuceno, de Harmonia, chegaram animadas. “Queremos agradecer pela cidade de Portão e por todos que trabalharam para este momento”, saudou Sirlei. Ao fim da tarde, depois de um dia de encontro, a animação seguiu. “Foi muito gratificante estar aqui. Podemos nos colocar no lugar de nossos catequizandos, aprendemos muito”, disse Norma. As duas eram parte das cerca de mil pessoas que encerraram o encontro com uma caminhada de dois quilômetro do centro de Portão até a capela São José, da Paróquia Nossa Senhora das Graças. A peregrinação é uma das marcas do Jubileu, que neste ano é centrado na esperança, que tem o lema “Peregrinos de Esperança”.
Ainda antes da caminhada, logo de manhã cedo, o encontro foi aberto com a chegada da imagem peregrina de São João Batista. Padroeiro da Diocese, ele seguirá por todas as paróquias ao longo do ano jubilar. Em Portão, chegou carregado pela comunidade da Paróquia São Cristóvão de Estrela. O padre Eduardo Botega, referencial da Comissão Diocesana da Iniciação à Vida Cristã - Catequese, recorda que este momento vem sendo pensado há mais de um ano. “E foi fantástica a recepção ao nosso convite. O povo da catequese é ímpar, porque, muitas vezes, sem muita estrutura física, eles fazem acontecer, e fazem as famílias crerem na pessoa de Jesus Cristo”, elogiou.
Padre Botega ainda destacou que todos os referenciais das áreas pastorais, clérigos e leigos, também foram fundamentais para a realização do encontro. “Abraçaram a ideia”, reiterou. E abraçaram mesmo, pois foram diversos os momentos do encontro pensado pelas coordenações das áreas pastorais. Preparam desde representações a testemunhos, como dos casais que atuam na preparação de noivos para receberem o Sacramento do Matrimônio. Eles se somam aos catequistas de Iniciação à Vida Cristã, que trabalham juntos a jovens, crianças e famílias na preparação para Crisma, 1ª Eucaristia e Batismo. “Nosso objetivo é motivar os catequistas de todos os segmentos para sua missão. Desejamos que se mantenham firmes nessa caminhada, fazendo as pessoas conhecerem Jesus Cristo”, destacou Maiara Mergen Pereira, referencial leiga da Catequese na Diocese.
Comunidade é parte fundamental da catequese
A jovem Angélica, da Paróquia São José, de Pareci Novo, fazia questão de destacar: “sou catequista sim”. Afinal, pela pouca idade, poderia muito bem passar para uma catequizanda. Para ela, a experiência do Jubileu foi única. “Aprendemos bastante e ainda tivemos a oportunidade de ver catequistas de todas as paróquias aqui reunidas”, disse. Este momento de comunhão entre catequistas foi mesmo um dos momentos altos, seja durante a caminhada ou em momentos de descontração que antecederam, como o almoço e a acolhida.
Ter parte do trabalho de catequese partilhado pela comunidade pode ser algo que soa estranho, mas os catequistas não são os únicos responsáveis por esta missão. Foi nesta perspectiva que trabalhou o formador do encontro, padre Renato Quezini, que veio da Arquidiocese de Maringá, no Paraná, para trabalhar com os mais de 900 inscritos no evento. Mestre em Teologia Sistemática pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), e doutorando pela mesma Instituição, tem se dedicado a estudar a Iniciação à Vida Cristã. “A comunidade deve abraçar o catequizando e sua família que inicia sua caminhada. Muitas vezes, se fala que o jovem abandona a Igreja depois da Crisma. Mas, manter ele na Igreja também é uma missão da comunidade”, apontou.
Padre Renato ainda lembra que, na História da Igreja, já passamos por uma fase de catecumenato e também por outra de uma catequese social. “Agora, vivemos um outro momento. Nosso desafio é reconhecer as mudanças da época e responder a elas”. Por isso, mais uma vez, a ação da comunidade é fundamental. “Gosto da metáfora do ‘casal grávido’, que espera e prepara a casa para receber aquele bebê. Na catequese, a comunidade toda está grávida e deve acolher aqueles jovens e crianças que têm a sua iniciação à vida cristã. Do contrário, será mesmo só uma iniciação cristã, de busca por sacramento ”, exemplificou, em entrevista ainda antes do evento. A catequista na Paróquia Catedral São João Batista Betina Caldas parece ter entendido o recado. “Para mim, marcou as palavras do padre Quezini sobre a importância da Iniciação à Vida Cristã”
O Jubileu dos Catequistas também foi cheio de simbologias, conectando todo o povo da Diocese de Montenegro como uma só comunidade. Na missa, realizada no final da manhã, que contou com a presença do bispo emérito Dom Paulo De Conto, o bispo diocesano Dom Carlos Romulo abençoou as pessoas com água benta originária dos três rios da Diocese: o Caí, o Sinos, o Taquari e os arroios Salvador e Forromeco, numa alusão também às cinco áreas pastorais. “Foi realmente um dia luminoso, de graça e benção para a catequese da Diocese. Que possamos ser sempre peregrinos de esperança”, destacou Dom Carlos, ao conduzir a benção de envio dos catequistas.