Pe. Eduardo Haas
Paróquia Cristo Rei - Tupandi
Por que levar ramos verdes para a Missa neste próximo domingo? Por que este domingo é chamado, popularmente, de “Domingo de Ramos”? Os ramos bentos se tornaram uma tradição muito popular. O que há de tão forte nesta devoção?
O fundamento bíblico para o uso dos ramos na liturgia está em Mateus 21,1-11: a entrada de Jesus em Jerusalém, a cidade santa para o judaísmo. Vindo do Monte das Oliveiras, Jesus entra montado num pequeno jumento. Espontaneamente o povo faz uma recepção para Jesus, o que dá a entender que Ele já era conhecido e esperado por muitos. Para expressar esta acolhida e reconhecimento, uns estendem seus mantos no caminho e outros quebram galhos das árvores para formar um tapete improvisado para o Senhor passar.
Além do gesto, há as palavras, os gritos de aclamação: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!” Percebemos que Jesus é aclamado, é recebido como alguém enviado da parte de Deus. Há uma alegria e uma expectativa depositadas n’Ele. Que mistura e confusão de sentimentos devem ter acontecido naquele dia! O povo estava em Jerusalém, vindo de muitos lugares para a capital religiosa. E este povo, que sofria pela dominação romana e por um sistema religioso que tinha se distanciado muito das pessoas simples, esperava algo novo, esperava libertação política e religiosa.
A liturgia católica proclama, neste mesmo dia, a narrativa da Paixão do Senhor. Jesus Cristo é aclamado e, pouco depois, será condenado e morto. A euforia durou pouco. A adesão a Jesus também durou pouco. Jesus era uma ameaça para os dominadores romanos e líderes judeus. Segui-lo no sofrimento não é muito confortável, não é nada fácil.
Mas, e os ramos: por que usá-los hoje?
Originalmente, eles expressam nossa aclamação a Jesus como Senhor e Salvador da nossa vida. Temos esperança n’Ele. Ele é nossa segurança. Os ramos que levamos para casa vão mudando de cor à medida que vão secando. Contudo, continuam lá, como um sinal visível de que pertencemos a Cristo, de que O reconhecemos como Senhor de nossa vida.
Não são um objeto mágico, mas um sinal sagrado. Na compreensão de muitas pessoas, eles servem para serem queimados na hora dos temporais. Na hora do perigo, fazer uma oração e queimar os ramos bentos. É um modo muito simples de dizer: “Jesus, tu és nossa segurança e proteção. Confiamos em Ti. Protege-nos!”.
O Domingo de Ramos na Paixão do Senhor abre a Semana Santa, grande semana de nossa fé. Vamos nos esforçar para, ao longo do ano, permanecer fiéis ao Senhor, amando-O e confiando n’Ele. E os ramos bentos podem ser uma ajuda à nossa memória: eu acolhi Jesus como Senhor da minha vida. Mesmo na cruz, no sofrimento, não estou sozinho, pois Ele caminha comigo!